
Não é preciso ser perspicaz para perceber que a freguesia está claramente fracturada, com a linha divisória estabelecida na Nacional 13. Para nascente está a Árvore tradicional, de cariz rural e onde ainda é possível encontrar belas casas de quinta. Para poente, é a expansão urbanística, com todo o espaço preenchido por prédios e moradias. O crescimento poderia a deveria ter sido mais ordenado, mas agora é tarde para fazer o que quer que seja… Mas Areia tem, ainda, uma parte que recorda outros tempos, com casas baixas e alinhadas em compridas ruas. Por aqui ainda não chegou a febre de renovação, se bem que, aqui e ali, apareçam os habituais anacronismos estéticos… Esta é uma parte terrível para se fazer «porta-a-porta», fazendo ecoar as Caxinas. Aqui é porta-sim, porta-sim, e fica-se com a estranha sensação de que se fala com muita gente mas não se sai do mesmo sítio…
Próximo desta zona, para o lado de Mindelo, foram várias as pessoas de fora de Vila do Conde que nos abriram a porta e não quiseram que nos fôssemos antes de dizerem o que lhes ia na alma. Queixas disto e daquilo, a sensação de perda de alguma calma ao longo do tempo e lamento pelas condições de água e saneamento, foram muitos dos desabafos encontrados. Mas não deixa de ser curioso o enorme fosso que separa o discurso, sem medo, de quem é de fora, e as meias-palavras, sempre a medo, de quem é vilacondense. É lamentável, mas há, na nossa terra, «novos-salazaristas-ditos-de-esquerda» que rejubilam com este tipo de comportamento condicionado.
Distância percorrida: 28,27 km (Acumulado: 206,55 Kms)