domingo, 14 de junho de 2009

Vilar

Dia e meio depois, eis que a «Volta a Vilar» está terminada e não me sinto tão cansado como pensava. Pelo contrário: por mim, avançava já para outra freguesia.
Foi um giro fantástico. Começámos junto à sede Junta de Freguesia. No passado, ali funcionou a antiga escola primária e foi onde, por motivos profissionais da minha família, passei o primeiro ano de vida.
Tal como previra, cruzei-me com inúmeras caras conhecidas. Umas mais velhas, outras da minha idade, foram todas um bilhete de primeira classe para um extraordinário regresso ao passado. Encontrei sempre simpatia e cordialidade, mesmo perante militantes ou simpatizantes que sabia pertencerem a outras forças políticas. Ainda bem, é sinal evidente de maturidade e fico feliz por isso. E encontrei gente com muito sentido de humor: «pagar a ligação de água? Eu? Se tivesse o dinheiro do Cristiano Ronaldo...»
Adorei voltar a passar a pé naquela estrada que liga a Carrapata ao «meu» lugar de Pereira e que sempre foi para mim sinónimo de aventura. Há trinta e tal anos não era pavimentada e os tractores desenhavam longos traços paralelos ao longo do percurso. Por isso, a opção por fazer o caminho através das bouças era infinitamente mais divertida. Era ali que construíamos as nossas cabanas, locais de refúgio e de brincadeira, numa altura em que todos nós passávamos as tardes em reinação, no meio da rua ou nos campos, sem que os nossos pais tivessem receio por ignorarem onde estávamos ou preocupados com o que nos poderia acontecer. Hoje, uma liberdade destas é impensável. E não posso esquecer o rio Cojo, que era o nome que se dava ao Onda quando passava ali em Pereira e onde tantas vezes mergulhei, outra coisa inconcebível nos dias de hoje, principalmente porque a lixeira e a poluição coloriram dramaticamente as margens e a água.
Também foi com alguma nostalgia que passei junto a uma casa, no lugar da Rosa, que eu e os meus amigos tínhamos «a certeza» que era assombrada. Bati à porta e fui atendido por uma simpática anciã. Se ali houve fantasmas, certamente que os «Ghostbusters» haviam tratado do assunto…
Um outro pormenor curioso é o número de cafés. Descontando o exagero, quase que fiquei com a sensação que raras serão as ruas onde não há um. E nem todos são de locais. Por exemplo, encontrei gente de Braga e de Matosinhos a saciar a sede e o apetite dos vilarenses…
A opção da entrega do cartão com o meu contacto telefónico (específico para estas eleições autárquicas) deu logo os primeiros resultados. Uma das chamadas que atendi trouxe-me à memória o Sérgio, um ex-colega de escola que, infelizmente, já não está entre nós. Falta ele e falta o Adelino, o meu colega de carteira na terceira e na quarta classe. Um dia, vamos todos encontrarmo-nos e pôr a conversa em dia…
Não podia deixar de fazer referência ao restaurante «Amigos da Canastra», onde o «churrasquinho» continua a ser uma referência pela qualidade, tal qual o simpático serviço.

Distância percorrida; 12,06 km