quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Air Avelada

Paredes meias com o aeroporto, não admira que o nosso «porta-a-porta» tenha sido interrompido, quase constantemente, pelo levantar de ruidosos aviões. Deve ser complicado adormecer durante o dia, muito embora quem lá more certamente que já nem liga-era precisamente o que me acontecia, já que, em linha recta, nem sequer estava a 500 metros de Aveleda e o ruído era, sensivelmente, o mesmo e ainda tinha a Nacional 13 mesmo debaixo da minha janela do quarto. Aliás, o ruído passa a fazer parte integrante da nossa vivência, como comprova o facto de que, quando casei, fui viver para uma zona onde nem um carro se ouvia passar. O silêncio era tanto que me custava a adormecer... E o barulho era, igualmente, um serviço meteorológico gratuito e fiável: quando se ouviam os aviões na pista ou, mais perto, a passagem do comboio, era certo e sabido que aí vinha mau tempo.
Tirando duas urbanizações, Aveleda está praticamente igual ao que sempre foi o que resulta, igualmente, do facto de estar inserida na zona de influência do aeroporto, mas isso não é desculpa para o estado lastimável de algumas ruas (e não estou a falar das obras da Indáqua) e para a poluição do ribeiro que a atravessa.
Tal como muitas outras freguesias, a mudança é imperiosa!

Distância percorrida: 11,2 Kms (Acumulado 376,76 Kms)

sábado, 26 de setembro de 2009

S.Simão da Junqueira

A freguesia da Junqueira tem uma personalidade muito própria, acentuada, talvez, por anos e anos de influência do sempre majestoso Mosteiro de S. Simão. Passear pelas ruas da freguesia é um enorme prazer, seja em Casal Pedro ou em Barros, sem esquecer algumas casas de quinta muito bem recuperadas.
Mas a volta que demos durante alguns dias beneficiou de um cicerone exclusivo – em termos culturais, claro. Estou a falar do candidato da Coligação «Adoro Vila do Conde» que polvilhava as esquinas, as subidas e descidas com comentários e referências de carácter histórico, que trouxeram um ar único a estas visitas – e recordo que a Junqueira foi a 28ª do nosso périplo pelo concelho de Vila do Conde.
Tive pena de não poder encontrar o Nelson Silva, um junqueirense que gosta como poucos da sua terra e que é um dos dinamizadores do Junqueira Online. Trabalhei com ele durante um largo período de tempo no jornal «Terras do Ave» e não tenho qualquer problema em afirmar publicamente que assisti ao nascimento de um profissional superior, para quem a ética jornalística era e certamente continua a ser um valor absoluto e a nunca menosprezar. Sei que, hoje, está pela Irlanda, uma terra que consegue ser ainda mais verde que a Junqueira.

Distância percorrida: 10,36 Kms (Acumulado: 365,56 Kms )

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Na enorme Bagunte...

Quando era miúdo e ia para a praia, em Vila do Conde, o meu pai fugia ao trânsito de Verão que engrossava na Nacional 13 para atravessar o Ave (curiosamente, as filas permanecem iguais…) atravessando o Ave em Bagunte, primeiro pela velhinha D. Zameiro e, depois, pela «Ponte nova». E eu sabia que estava em Bagunte quando começava a ver os muros da Quinta d’Além. Altos, graníticos e imponentes, faziam-me sonhar com o que haveria por detrás, certamente lobos terríveis ou, no mínimo, cães ferozes…
Mais recentemente, Bagunte fez despertar em mim uma outra admiração: a cividade, provavelmente o maior tesouro histórico por revelar em Vila do Conde. A primeira vez que lá fui, de carro, armado em aventureiro de todo o terreno, o tempo estava chuvoso e fiquei atascado… Só por sorte consegui sair sem passar pela vergonha de pedir ajuda … A recompensa veio alguns anos depois, quando encontrei, lá em cima, o Dr. Paulo Pinto, arqueólogo da Câmara Municipal, que teve a amabilidade de, no local, nos envolver no seu entusiasmo pessoal por aquele espaço.
Mas Bagunte não impressiona só pela História. Desde logo, a extensão, de Santagães a Corvos atinge, seguramente, meia dúzia de quilómetros. Aliás, o conta-quilómetros aqui baixou substancialmente porque se optou por fazer quase todas as ligações recorrendo ao automóvel, sob pena de se chegar ao dia das eleições e a volta pela freguesia continuar por terminar…

Distância percorrida: 9,64 (Acumulado:355,2 Kms)

domingo, 20 de setembro de 2009

Na terra da mais bonita igreja de Vila do Conde

Mais de 10 km2! A freguesia de Rio Mau é enorme e rebenta com qualquer iniciativa deste género. Ou quase… Na verdade, enquanto nas restantes freguesias registamos uma média de visita de 55 habitações por hora, em Rio Mau a média desceu para metade. O povoamento, aqui, é disperso, o que prolonga, e muito, o tempo necessário para visitar todas as casas.
A vastidão da freguesia leva a que se identifiquem zonas completamente distintas, e que vão desde a proximidade ao rio Este até à vizinhança com a poveira Terroso. Ou então, a imperdível vista sobre a parte Norte de Rio Mau que se obtém a partir do lugar da Portela.
A freguesia, até pela sua extensão, tem uma vocação especial para a agricultura. E, efectivamente, os omnipresentes campos de milho ganham dimensão – o que também acontece com as máquinas agrícolas, claro está… Em contraste, também encontrámos muita gente a viver de agricultura de subsistência e em condições que poderiam ser melhores…
O momento especial ocorreu logo no primeiro dia e já era noite: a visão da igreja românica de Rio Mau, o templo mais bonito do concelho e da região. É claro que isto é subjectivo, mas sou um grande admirador da simplicidade rude do estilo românico. O actual edifício remonta ao século XII e tem na porta principal, com um tímpano belíssimo, a face mais conhecida. O interior, escuro e feérico, abriga elementos onde se misturam influências cristãs com outras de fonte pagã (o famoso barco viking…), sem esquecer a fantástica capela-mor. Estes são alguns dos ingredientes que fazem da igreja românica de S.Cristovão de Rio Mau uma jóia arquitectónica ímpar e que merecia melhor divulgação. Foi tempo, ainda, de recordar trabalhos passados, especialmente a reportagem que fiz quando era director do «Terras do Ave» e que me permitiu descobrir pormenores que ainda fizeram aumentar mais o fascínio que sempre nutri por esta igreja. Vila do Conde, e Rio Mau em especial, têm aqui um diamante raro.


Registo final para mais uma curiosidade animal: depois da avestruz de Modivas e da iguana, em Fornelo, em Rio Mau vimos corças e veados...

Distância percorrida: 21,76 Kms (Acumulado: 345,56 Kms)

Tougues, terra mártir

Começámos Tougues bem cedo, numa manhã de Domingo e, pelas 16.30 já tínhamos terminado. Se não fosse o estaleiro da ETAR, poder-se-ia dizer que a freguesia permanece, há muito, parada no tempo. E por falar em ETAR, proponho recordar aqui um texto escrito há bastante tempo, mas que não perdeu actualidade:
«Como é sabido, já lá vão trinta e cinco anos de poder socialista em Vila do Conde, mas no que diz respeito ao tratamento de águas residuais ainda estamos no «ano zero». Felizmente, em Tougues, está a construir-se a primeira ETAR, o que diz bem do enorme atraso em que, também em matéria de Ambiente, se encontra o nosso concelho. Curiosamente, ou talvez não, a verdade é que a freguesia de Tougues parece ter sido promovida à versão vilacondense da «Terra Prometida» em questões ambientais. É que, antes da ETAR, já lá existia o aterro sanitário da LIPOR.
Concerteza que os habitantes de Tougues se devem sentir orgulhosos por acolherem equipamentos que servem milhares de pessoas, já que quer a ETAR quer o aterro servem bem mais do que o concelho de Vila do Conde. Claro que ambos os equipamentos são importantes e servem, mesmo que indirectamente, a própria freguesia, mas a sua chegada causou impacto ao nível da própria estrutura e dinâmica de Tougues, sem esquecer o abalo irreversível na calma e pacatez da vida dos touguenses.
Caberá, então, perguntar: que contrapartidas recebeu a freguesia por ver ser-lhe imposto estes ónus? A resposta é desconsolante: NADA. As redes de água e de saneamento ainda não chegaram. O campo de futebol continua sem as obras reclamadas, a começar pela bancada. A prometida «praia fluvial» não passa de uma miragem eleitoral. Os acessos, como a ponte de Retorta, que bem podiam ajudar, ainda não saíram do papel. Melhores escolas e melhor saúde? Nada! Da parte dos responsáveis, nomeadamente a Câmara Municipal, nada se ouve.
Da actual Junta de Freguesia nem é bom falar, pois deve ter sido mordida pelo vírus do silêncio: nada de confrontos ou reclamações que possam perturbar o descanso do senhor Presidente da Câmara…
Estou certo que a gente sábia, inteligente e honesta de Tougues, saberá agradecer-lhes pela ingratidão nas próximas eleições autárquicas.
Connosco, poderão ter a certeza que encontrarão uma mão honesta e compensadora que dará à freguesia aquilo que ela merece, pelo sacrifício de receber a ETAR e o ATERRO: melhores vias de comunicação, melhores equipamentos sociais e, principalmente, o reconhecimento público pelo serviço que estão a prestar a Vila do Conde.»

Distância percorrida: 8,22 Kms. (Acumulado: 323,80 Kms)

sábado, 19 de setembro de 2009

Vila Chã, uma freguesia com...glamour!

O «Vila do Conde a Pé» teve abriu em Vila Chã a sua única excepção de campanha exclusiva de porta-a-porta. Freguesia alegre e bem disposta, optámos por percorrê-la em ambiente de «arruada». Bombos à frente, muita gente atrás, bandeiras, material de propaganda em quantidade e toca a andar!...
A volta começou pelo Rio da Gândara, onde ainda se ergue uma casa nossa, mandada construir pelo meu bisavô Joaquim, paga com dinheiro ganho a trabalhar em muitas partes do Mundo, em especial nos Estados Unidos da América. Já referi esse exemplo muitas vezes: tenho uma foto dele, de 1912, em que ele está, com outros companheiros, metido na neve, a abrir uma vala para saneamento. Curiosamente, quase cem anos depois, o seu e nosso concelho ainda está, na sua maior parte, a carecer de um tal equipamento. É este o sinal do nosso atraso…
Mas a «arruada» percorreu também a zona da praia, onde a animação está garantida. Muita gente na rua e nos cafés num turbilhão de cumprimentos, abraços, beijinhos e, principalmente, muitos votos de confiança. E muitas mulheres bonitas! Um cheirinho de glamour!...

Distância percorrida: 6,2 km (Acumulado: 315,58)

Em Vila Chã, uns prometem, mas outros cumprem...


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Canidelo

Sempre a descer! Não a freguesia, claro, mas a nossa visita, já que se optou por começar no «Souto da Sapateira». Uma excelente ideia que sempre nos poupou um esforço adicional – o que, passados tantos quilómetros, é de aproveitar.
Apesar de pequena, a freguesia de Canidelo tem marcas características. Desde logo, a fábrica da pólvora. A verdade é que, enquanto o porta-a-porta rolou nas imediações, havia em todos uma sensação de algum desconforto, com excepção do Paulo Aroso, uma verdadeira pilha-alcalina-de –longa-duração no que a boa disposição diz respeito… Outra característica, esta mais agrícola, prende-se com as plantações de limões, raras em Vila do Conde e que dão um toque diferente à paisagem. Não por acaso, são quase todas do candidato…
E por falar em paisagem, a vista do alto de Canidelo é espectacular, alongando-se a vista pelas freguesias vizinhas até ao mar. Com a luz do sol a desfalecer e a calma que percorre a freguesia, tudo se conjuga para que os fins de tarde, em Canidelo, sejam únicos.

Distância percorrida: 7,82 Kms (Acumulado: 309,38 Kms)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Doze garrafões vazios em Labruge


Dificilmente esquecerei a imagem: ao virar de uma esquina, uma senhora carregava, em cada mão, meia-dúzia de garrafões de água vazios. Perguntei-lhe para que eram e respondeu que a única água que tinha em casa era do poço e que tinha acabado. Agora, ia pedir aos vizinhos.
Não estava à espera de semelhante coisa na freguesia onde assinámos a passagem das três centenas de quilómetros percorridos. Já tinha visto uma situação idêntica, em Guilhabreu, mas era só um garrafão. Aqui eram doze, divididos pelas duas mãos. Foi uma visão do Terceiro Mundo. Imaginar que a quinze minutos de carro da segunda cidade do país, no fim da primeira década do século XXI, ainda há pessoas em Vila do Conde que têm de pedir água a vizinhos porque a rede de distribuição ainda não lá chegou é um cenário de pesadelo. Tão ou mais grave, claro, é que aquela vilacondense jamais irá ser abastecida por água através da Câmara Municipal, a não ser que viva até aos 110 anos. É que durante os próximos quarenta, como a autarquia não teve capacidade e arte para oferecer esse serviço aos vilacondenses, irá ser uma empresa privada a fazê-lo e com as consequências ao nível do aumento do preço de água que todos já sabemos e sentimos.
Mas Labruge, felizmente, tem coisas muito mais interessantes, desde logo as pessoas, como o Silvino do mítico «Café Pardal» até à farmácia do José Manuel Beleza, meu colega no Colégio Internato dos Carvalhos durante os nossos sete anos de adolescência e que vim reencontrar, por estas bandas, no início do Verão, depois de mais de duas décadas sem sabermos do paradeiro um do outro.
O estado das ruas, que já era sofrível, agora, por via da intervenção da Indáqua, está verdadeiramente calamitoso – isto para não referir a falta de pavimentação em muitas outras ruas. Curioso, neste aspecto, foi conversar com algumas pessoas que escolheram Labruge para acolher a sua segunda casa e, naturalmente, estabelecem comparação com as suas terras de residências e as conclusões são unânimes: nunca pensaram em vir para uma terra onde falta tudo, desde saneamento a estradas condignas. Realmente, dá que pensar o tratamento reservado aos que nos visitam ou por cá estabeleceram a segunda habitação. Em vez de sermos bons anfitriões, oferecemos ribeiros poluídos, caminhos com buracos, água de esgotos a correr. Brilhante!

Distância percorrida: 19,2 Kms (Acumulado 301,56 kms)

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Azulejos I

Não, não nos estamos a referir aos azulejos que cobrem muitas casas - mesmo assim, muito menos do que há uns anos - mas sim aos que dão um certo colorido a muitas moradias. Uns humoristas, outro com máximas ou provérbios, outros ainda exibindo paixões futebolísticas ou, simplesmente, recordando o nome da propriedade ou dos donos. Há um pouco de tudo, como se conclui por esta pequena selecção:



Azulejos II

Mas também há azulejos que nos remetem para situações e histórias que não podem deixar-nos indiferentes. É o caso da imagem, obtida em Fajozes. Poder-se-ia pensar que estamos perante o orgulhoso dono da casa, que não hesitou em colocar o seu nome à entrada. Mas não é nada disso.
Na verdade, e segundo nos contaram, trata-se do nome do filho dos proprietários, que já não se encontra entre nós. Foi esta a forma que encontraram para imortalizar o Zé Augusto - enquanto aquela for a sua casa, ele mantém-se vivo aos olhos dos pais e aos olhos de todos. Um gesto simples, mas com um significado esmagador.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Touguinha

Touguinha está próxima de Vila do Conde e isso nota-se no movimento de gente e de veículos. O crescimento da freguesia é evidente, sendo mais notório na zona do Monte, quase coberto de modernas e elegantes moradias, ocupadas por pessoas vindas de muitas partes do concelho, com especial incidência nas Caxinas. Foi, inclusive, um exercício curioso, tentar adivinhar a proveniência destes novos touguinhenses… Mas não só! Regista-se também alguma construção em altura, alguma com localização de virtude duvidosa… Em contraste, zonas como a Mata ou nas imediações da Igreja ainda mostram muitas habitações clássicas e um tipo de organização territorial típica de outros tempos, o que é de preservar. Também seria de preservar a capela de… hoje completamente em ruínas…
A freguesia tem uma enorme frente de rio mas, curiosamente e à semelhança de quase todas as freguesias em ambas as margens do Ave, vive de costas voltadas para o maior curso de água do nosso concelho. É certo que, hoje, viver com vista para um rio de água castanha não agradará a ninguém, mas no passado certamente que não era assim e já então ninguém teve semelhante intenção. Em compensação, houve quem quisesse ver Touguinha e arredores e construísse uma inusitada torre no meio da freguesia. E ainda lá está, imponente, certamente namorando com a antena de telemóvel colocada no centro da freguesia, quase em frente à Igreja. Modernices. De então e de agora.

Distância percorrida: 17,22 Km (Acumulado: 282,68 Kms)

Cães 1

São aos milhares. Pequenos, grandes, gordos, magros, agressivos, calmos, de raça, rafeiros, amarelos, pretos, castanhos, pintalgados, enfim, há cães de todas as cores e feitios espalhados por Vila do Conde. Rara é a casa que não tem cão e, muitas vezes, um só não chega e aparecem-nos em grupos de três e quatro. Sustos, como se imagina, já foram mais do que muitos. Como na foto, tirada em Arcos, em que os animais nos surgiram, de repente, por cima de uma garagem e desataram a ladrar desalmadamente.
(Queremos, ainda, desiludir os nossos adversários e descansar os nossos apoiantes: para já, ainda ninguém foi mordido...)

Cães 2




Se os cães são muitos e variados, o que dizer dos alertas que os prestimosos donos colocam nas suas casas?
Desde o meramente informativo (mas orgulhoso...) alerta de presença de «cão perigoso» até outros onde o sentido de humor marca presença, há um pouco de tudo.
Mas também é verdade que já vimos «alertas de cão perigoso» em casas sem qualquer canídeo e outros em que o cachorro não assustava ninguém. Cheira-me até que, alguns, acreditam que ter ou não cão é o mesmo e sempre fica muito mais barato comprar um azulejo e pô-lo à entrada da porta do que estar a alimentar um animal de vinte quilos... Guerra psicológica? Talvez...

sábado, 5 de setembro de 2009

Mindelo a «dar barraca»...

Visitámos Mindelo e não «o Mindelo» como muita gente insiste em errar. É este o preço de uma visibilidade inusitada, por via da construção turística que atraiu e atrai turistas e investidores dum raio de muitos quilómetros. Aliás, para sul, a mancha urbanística há muito invadiu Vila Chã, sendo indistinguível para «estrangeiros» a fronteira entre as freguesias.
Ao contrário de Árvore, com quem até partilha uma certa semelhança no tipo de desenvolvimento urbano, Mindelo pouco ultrapassa a EN 13, pelo que a zona mais agrícola, se estende até bem mais a sul, ultrapassando largamente a zona da Igreja. Curiosamente, para uma zona com tanta projecção turística, a falta de equipamentos adequados, incluindo comerciais, é notório. Repare-se que só em 2009 é que se construiu o primeiro parque de estacionamento condigno para os veraneantes!... Por outro lado, falta estruturar e reconverter toda a zona da costa, com equipamentos adequados, incluindo as básicas instalações sanitárias, para que realmente se possa falar de praias com qualidade.
E que dizer de uma freguesia com uma elevada taxa de cobrança de IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis, que tem situações dramáticas de falta de qualidade habitacional, como na Travessa do Carvalhal? Percebe-se porque é que não se fala dela: trata-se de uma zona escondida, onde se tem de aceder por uma longa rua estreita que nem a circulação de um automóvel permite, pelo que «longe da vista, longe do coração»… E sabemos nós de dezenas e dezenas de fracções vagas na habitação social!... O desprezo e a incúria reinam, mas parece haver disponibilidade e vontade para que se construam mamarrachos como o que fizeram na nobre zona em frente à Igreja. Enfim, incongruências de uma gestão «sem rei nem roque»… Pelo menos, tiveram uma honra: em 35 anos de poder socialista, foi aqui inaugurada a primeira piscina no concelho fora do perímetro urbano da cidade. Veremos a quem é que calha a sorte daqui a trinta e cinco anos…

Distância percorrida: 21,60 Kms (Acumulado: 265,46 Kms)

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Friedland



Campainha de porta «Friedland». Não há rua que não tenha uma casa equipada com uma «Friedland». São aos milhares. Aliás, a visão de uma campainha desta marca já se tornou, para nós, em verdadeira obsessão. Há muitos modelos, muitas marcas, mas a «Friedland», com o modelo da foto, não dá qualquer hipótese.
Durante semanas, pensei que se tratava de um produto alemão. O Google veio dizer-me que, afinal, era inglês...
No catálogo desta sexagenária casa, já não consta este modelo clássico. Não faz mal. Quem o quiser ver, bastará vir a Vila do Conde, e escolher uma qualquer rua de uma qualquer freguesia. O mais difícil vai ser errar...