domingo, 2 de agosto de 2009

Arcos


Numa terra com forte preponderância agrícola e numa altura em que o milho já se ergue, viçoso, formando uma manta de retalhos em vários tons de verde, passar todo o Sábado em Arcos foi um prazer raro e extraordinário que ganhou uma dimensão única na subida ao Alto dos Casais, de onde se vislumbra uma paisagem fantástica sobre parte da freguesia e sobre várias do vizinho concelho da Póvoa de Varzim.

A quantidade das casas rurais, belíssimas, foi outro dos prazeres desta visita a Arcos. Aliás, o sucesso da «Quinta de S. Miguel», um exemplo no sector do «turismo rural», indica como é que se poderá tirar partido de muitas destas casas, dando-lhe um destino bem mais digno do que o mero abandono. Algumas estão bem tratadas, com umas recuperações a revelarem-se mais felizes do que outras, é certo, mas a verdade é que, de um modo geral, embelezam a freguesia, com o granito rústico a fazer um extraordinário contraste com toda a vegetação envolvente. Para completar o cenário campestre, só faltou mesmo o «Grupo Musical dos Cavaquinhos de Arcos» ou uma leitura de uma obra de Júlio Dinis…

Mas falar de Arcos não pode ser só louvar a extraordinária paisagem agrícola ou as casas de quinta que salpicam a encosta do Alto dos Casais. A ponte de S. Miguel, travessia do Este e ponto de passagem do Caminho de Santiago, é uma jóia não só da freguesia, como do concelho. Entristece qualquer um ver o estado a que chegou esta preciosidade românica. Até porque não são apenas os locais e os habitantes das redondezas que a usam. Como por ali passa a rota do Caminho português, é muita gente de fora de Vila do Conde que atravessa, seguindo as famosas setas amarelas que balizam e indicam o percurso. E, naturalmente, irão levar a mensagem daquilo que viram. E, neste caso, como é óbvio, não poderão dizer nada de bom em relação à ponte de S. Miguel.

Distância percorrida: 13,20 Kms (Acumulado: 124,23 Kms)