sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Gião e a Estátua da Liberdade


Foi logo no primeiro dia de visita a Gião. Depois de uma longa volta por Gião de Baixo, atravessando os omnipresentes campos de milho, eis que, no jardim de uma moradia, lá estava a «Liberdade Iluminando o Mundo», o nome completo da «Estátua da Liberdade». Ultrapassada a surpresa da visão, assaltou-me imediatamente a ideia de como era simbólica a sua presença, num concelho onde, não me canso de dizer, «o 25 de Abril ainda não chegou». Pudesse «Miss Liberty» falar sobre Vila do Conde e teria muito que contar, começando logo pela manipulação feita a muitos vilacondenses, agrilhoados a empregos de conveniência, presos a instituições umbilicalmente ligadas ao poder, limitados na sua informação por uma comunicação social à moda de Hugo Chavez…

Mas Gião teve muito mais para oferecer belas paisagens e gente muito simpática. Aliás, isso viu-se na visita que fizemos às casas do actual Presidente da Junta e do candidato da oposição às próximas eleições, onde fomos recebidos com toda a educação – o que só prova que, em certo saco, nem toda a farinha é igual…

A freguesia é, ainda, pródiga em belas casas de quinta, embora algumas estejam afectadas pelo mal que já registámos noutras paragens: o abandono. Certamente que haverá razões ponderosas para os seus donos não poderem recuperá-las, mas a verdade é que custa olhar para a imponência de certas casas e vê-las no estado de abandono em que se encontram, sem esquecer as dezenas de habitações comuns igualmente votadas ao ostracismo. Gião e Vila do Conde só tinham a ganhar com a sua recuperação. Cada vez mais se forma em mim a ideia de que é necessário elaborar um plano camarário para eliminar este problema.

Distância percorrida: 14,62 Kms (Acumulado: 166,29 Kms)